Todo mês é a mesma coisa: os sintomas físicos e emocionais da tensão pré-menstrual (TPM) teimam em aparecer para atrapalhar os relacionamentos afetivos, sociais e de trabalho. Isso acontece com cerca de 40% das mulheres, que conseguem lidar com o problema e mantê-lo tolerável. Já em uma parcela de 10%, a TPM pode se tornar um período incapacitante.
Se você passa por isso mensalmente, saiba que existem tratamentos para amenizar o sofrimento e melhorar a qualidade de vida - sua e de quem está ao seu lado. Um deles é ditado pela medicina ortomolecular, que tem o objetivo de combater doenças e agentes agressores ao organismo com reposição de vitaminas, minerais e ervas em doses controladas e indicadas às necessidades de cada pessoa.
E os homens agradecem. Cerca de dois em cada três que convivem com mulheres que sofrem de TPM relatam efeitos negativos no relacionamento, como brigas e afastamento. Aproximadamente um em cada três narra impacto negativo nas relações sexuais durante o período da TPM.
Sintomas da TPM
Antes de tudo, é essencial conhecer os sintomas, pois são eles que determinam o tratamento ortomolecular. "A TPM é um conjunto de alterações orgânicas que, em maior ou menor grau, participam na formação dos sintomas. Um dos grandes objetivos do tratamento é descobrir de que modo cada fator pode contribuir em maior ou menor grau, e a partir disso indicar qual o mais adequado", explica o médico Cyro Masci, especialista em medicina ortomolecular.
Os sintomas mais comuns podem ser divididos em emocionais e físicos. Em torno de 30% das mulheres têm sintomas exclusivamente emocionais; 5 % apenas sintomas físicos, e o restante (65 %) os dois tipos de sintomas.
Os sintomas emocionais mais comuns são a ansiedade, irritabilidade, tensão emocional, agressividade, depressão, desânimo, choro com facilidade e aumento do apetite. Já os sintomas físicos mais relatados incluem dores (de cabeça e nas mamas), ganho de peso, retenção de líquidos e problemas de pele. Esses sintomas podem ser divididos em quatro categorias mais específicas:
TPM Tipo A - Ansiedade, agressividade, tensão emocional, irritabilidade, sensação de "estar no limite".
TPM Tipo D - Depressão, geralmente acompanhada de insônia, desânimo, dificuldade com memória, choro fácil. Aproximadamente metade das mulheres com TPM tem sintomas depressivos.
TPM Tipo H - Retenção hídrica com inchaço, aumento do volume no abdôme, dores nos seios e ganho de peso corporal.
TPM Tipo C - A cefaléia predomina, em geral acompanhada de fadiga e necessidade de consumo de doces. Mulheres sofrem de enxaqueca três vezes mais do que os homens, e em 65% dos casos o problema está relacionado ao ciclo menstrual.
Suplementação ortomolecular
Segundo o médico Cyro Masci, na TPM existem sérias deficiências em relação à parte ortomolecular, como ácido gama linoléico e vitaminas (B6), além de transmissores químicos cerebrais, como a serotonina - relacionada à sensação de bem-estar. "O trabalho da medicina ortomolecular consiste em suplementar essas e outras substâncias que estejam abaixo da necessidade e, com isso, reduzir os sintomas", diz Masci.
Veja abaixo o que as substâncias podem fazer pelo organismo acometido pela TPM. Mas, lembre-se de que só podem ser administradas por um especialista de acordo com as necessidades individuais de cada paciente.
Piridoxina (vitamina B6) -Atua no combate da ansiedade e irritabilidade. Melhora os quadros de retenção de líquidos e aumento do volume nas mamas.
Vitamina E - Reduz a sensibilidade aumentada nas mamas e auxilia na redução do seu tamanho.
Ácido gama linoléico - Auxilia a regular os hormônios estrogênio, progesterona e prolactina. Reduz inflamação e a dor, especialmente nas mamas. Melhora as cólicas.
Cromo - Utilizado quando existe aumento da necessidade de consumo de doces.
Magnésio - Utilizado quando existe aumento da necessidade de consumo de doces. Sua falta está relacionada ao aumento da retenção de líquidos.
Zinco - Tem utilidade na TPM com sintomas de depressão.
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